Usina Hidrelétrica de Jirau

A Usina Hidrelétrica de Jirau é uma usina hidrelétrica em construção no Rio Madeira, a 150 km de Porto Velho, em Rondônia. Foi planejada para ter um reservatório de 258 km², que terá capacidade instalada de 3.450MW, e faz parte do Complexo do Rio Madeira. A construção está a cargo do consórcio "ESBR - Energia Sustentável do Brasil", formado pelas empresas Suez Energy (50.1%), Eletrosul (20%), Chesf (20%) e Camargo Corrêa (9,9%).A usina, juntamente com a de Santo Antônio, também em construção no mesmo rio, são consideradas fundamentais para o suprimento de energia elétrica no Brasil a partir de meados de 2013 e estão entre as obras mais importantes do Governo Federal.

Inicialmente prevista com 44 unidades geradoras, a usina terá no total 46 turbinas do tipo bulbo, estando previsto que operará na capacidade máxima até outubro de 2016. Terá capacidade instalada para gerar 3.450MW. Seu reservatório vai alagar uma área de 258 quilômetros quadrados. Para o governo, essa é uma evolução, pois na mesma região há usinas com menor potência e que provocaram o alagamento de áreas maiores.[4]

 

Na construção, um dos problemas a ser resolvido é como tratar os resíduos sólidos maiores que descem pelo rio (estima-se que cerca de 1.600 troncos de árvores desçam diariamente pelo rio). O contrato prevê que os troncos não podem ser devolvidos ao rio, nem ser usados com fins lucrativos

Impacto Sócio Hambiental

O empreendimento, um dos maiores e mais caros do Programa de Aceleração do Crescimento, coloca em situação de risco as populações tradicionais, povos indígenas isolados e os ecossistemas amazônico.Todavia, sob forte pressão política, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu uma Licença Prévia (LP) ao empreendimento, em julho de 2007, contrariando a posição dos técnicos do órgão. Em maio de 2008, o consórcio Energia Sustentável do Brasil venceu o leilão de venda de energia de Jirau, com deságio de 21% (R$71,40 por MWh). Logo após o leilão, o consórcio, liderado pela GDF Suez, anunciou a mudança do local da construção da usina, sob a alegação de reduzir os custos de construção. Assim, decidiu-se transferir a barragem do local inicialmente previsto para um ponto situado a 9,2 km rio abaixo, sem qualquer estudo de impacto ambiental prévio. Ainda em razão de pressões políticas, o Ibama concedeu, em novembro de 2008, uma Licença de Instalação (LI) "parcial" - figura inexistente na legislação -, para instalação do canteiro de obras, apenas. A licença de instalação definitiva à construção seria afinal concedida em junho do ano de 2009.

 

Em 6 de março de 2009, a Secretaria de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia cancelou a autorização para as obras da usina, sob a alegação de que o deslocamento da barragem da hidrelétrica afetaria em mais 4 km² a Floresta Estadual de Rendimento Sustentável Rio Vermelho A, localizada na margem esquerda do rio Madeira.  O governador Ivo Cassol também fez críticas ao consórcio por comprar madeira fora do estado, o que prejudicaria os interesses do estado.O secretário de Desenvolvimento Ambiental, porém, minimizou a questão, afirmando que o cancelamento da autorização da obra não significaria a suspensão dos trabalhos de construção, e que não existiria qualquer conotação política no caso, já que a construção da usina é do interesse do estado.

 

Em fevereiro de 2009, o órgão local do Ibama já havia embargado parte do canteiro de obras, pois a obra partia de um ponto fora da área autorizada. O órgão ambiental multou o consórcio em 975 mil reais pela construção, além de já ter aplicado anteriormente multa de 475 mil pelo desmatamento de floresta nativa em Área de Preservação Permanente.

 

Em seu site, o consórcio Energia Sustentável informa os investimentos realizados em Jirau, a título de compensações sociais.

 

As obras foram paralisadas em maio de 2009 devido à expiração da licença de instalação "parcial", emitida pelo Ibama. Em 3 de junho, o Ibama concedeu a licença ambiental definitiva, liberando a retomada da obra. O Ministério Público Federal e o Ministério Público do estado de Rondônia entraram com ação contra o presidente do Ibama, Roberto Messias Franco, sob a alegação de que a licença concedida para a obra foi dada em desacordo com a legislação ambiental e de licitações.

 

Em julho de 2009, cerca de 300 manifestantes interromperam a estrada que dá acesso às obras, em protesto contra autuações ambientais do Ibama em uma região a 100 km do local, onde havia extração ilegal de madeira

 

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_Hidrel%C3%A9trica_de_Jirau